Amo este céu constelado
Céu do Brasil — manto azul –
Sobre ele, em ouro bordado,
Vê-se o Cruzeiro do Sul.
—
Amo estas matas virentes
Verdes, de eterno verdor
Onde há frutos recendentes,
De delicioso sabor.
—
Amo esta água cristalina
Dos rios, viva, a correr,
Fazendo mato e campina
Serra e vale florescer.
—
As belas árvores amo,
Povoadas de passarinhos,
Onde a vida em cada ramo
Palpita em flores e ninhos.
—-
Água e mata, céu e terra
Flores do campo gentis,
Amo tudo quanto encerra
Meu grande e belo País.
—-
Amo as amáveis cantigas
Que ouvi, criancinha, a cantar,
Em doces vozes amigas,
No berço me acalentar.
—
Amo a nossa gente boa
Feita só de coração,
Que, por vingança, perdoa
E esquece por compaixão.
—-
Amo os nomes bem-fadados,
Dos que lutaram por nós;
Dos nossos antepassados,
Avós dos nossos avós.
—-
Poetas, sábios e guerreiros
Que a história em seus livros traz,
Nobres heróis brasilleiros
Grandes na guerra e na paz.
—-
Em tudo que amo e bendigo
A minha pátria se vê.
Amo, porque amo! Não digo
Nem que me perguntem por quê.
—-
Amo os meus pais. Necessito
Dizer por que amo os meus pais?
Assim proclamo, assim grito:
Amo o Brasil! Nada mais.
—–
Sinto-o em mim, no mais profundo
Da minh’alma juvenil.
Adoro a Deus; e no mundo
Amo, adoro o meu Brasil.
—-
Em: Antologia Poética, Rio de Janeiro, Ed. Francisco Alves: 1982
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