25 de jul. de 2012

Desenvolvimento Humano: Senilidade ou Velhice

VELHICE OU SENILIDADE

Idoso é um termo que indica uma pessoa com uma vivência traduzida em muitos anos.
            A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o envelhecimento em quatro estágios:

· Meia-idade: 45 a 59 anos;

· Idoso (a): 60 a 74 anos;

· Ancião 75 a 90 anos;

· Velhice extrema: 90 anos em diante.

CARACTERÍSTICAS DO IDOSO

O termo “terceira idade” foi criado pelo gerontologista francês Huet, e surge “para expressar novos padrões de comportamento de uma geração que se aposenta e envelhece ativamente”.
Atualmente, o número de idosos em todo o mundo tem crescido de forma constante e progressiva. As últimas pesquisas demonstram que, pela primeira vez na história da humanidade, haverá nos países desenvolvidos mais avós e bisavós do que netos e bisnetos.
Essa transformação já começou a ocorrer a partir de 2000, e alcançará o mundo inteiro algum dia. No Brasil, esta mudança demográfica se dará por volta de 2050. O novo perfil demográfico do planeta é resultado de dois fenômenos combinados: o aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de natalidade. No início deste século [XX], um americano vivia, em média, 47 anos. Hoje, vive 77. No Brasil, a expectativa de vida é de 69 anos, quase 50% mais do que na metade do século [XX]. Segundo os estudos, “em todo o mundo, com exceção dos países muito miseráveis, as pessoas estão vivendo mais e melhor; e tendo menos filhos.”.
Esse grande aumento do número de pessoas na etapa da terceira idade, está realizando umpapel muito significativo nas mudanças sociais que os governos precisam fazer para adaptarem-se às novas necessidades. Com uma população mais idosa, faz-se necessário todo um programa de vida diferente do que até então vinha se desenvolvendo no mundo.
Como Igreja, os Adventistas não podem ficar para trás. É necessário compreender melhor esta
etapa do desenvolvimento humano para poder ajustar à Igreja a essa nova realidade. Os membros mais idosos precisam ser mais bem acolhidos e inseridos nas atividades eclesiais.
Não é mais possível que eles fiquem “à margem” das atividades da Igreja, sem que se tenha um programa específico de trabalho e conservação voltado especialmente para eles.

Características Físicas

Não está muito claro para os estudiosos como realmente o corpo humano envelhece. Porém, o processo de envelhecimento difere de pessoa para pessoa. Os seis principais fatores que influenciam no processo de envelhecimento do corpo são: Tempo; hereditariedade; meio ambiente; dieta; estilo de vida; nível de atividade física.
Segundo a American Geriatrics Society, o nível de atividade do idoso pode ser classificado da seguinte forma:

AVD – Atividade da Vida Diária;
ABVD – Atividade Básica da Vida Diária;
AIVD – Atividade Intermediária da Vida Diária;
AAVD – Atividade Avançada da Vida Diária.

Nível
Classificação
Características

I
Fisicamente incapaz
Não realiza nenhuma AVD e tem total dependência dos outros.

II
Fisicamente dependente

Realiza alguma ABVD: caminha pouco, banha-se, veste-se,alimenta-se, transfere-se de um lugar para outro; necessita de cuidados de terceiros.
III
Fisicamente frágil

Faz tarefas domésticas leves: prepara comida, faz compras leves, pode realizar algumas AIVD e todas as ABVD, pode fazer atividades domésticas.
IV
Fisicamente independente

É capaz de realizar todas as AIVD. Realiza trabalhos físicos leves; é capaz de cuidar da casa e ter “hobbies” e atividades que demandam baixo consumo de energia. Aqui estão incluídos idosos que vão desde os que mantém um estilo de vida que demanda muito pouco da condição física até aqueles muito ativos, mas sedentários.
V

Fisicamente apto/ativo

Realiza trabalho físico moderado, esportes de resistência e jogos. É capaz de fazer todas as AAVD e a maioria dos hobbies. Tem aparência física mais jovem que seus pares da mesma idade.
VI
Atleta
Realiza atividades competitivas, podendo competir em nível internacional e praticar esportes de alto risco.


O envelhecimento pode causar várias alterações no sistema muscular do idoso, o que traz  inúmeras conseqüências à sua saúde, sendo os motivos da progressiva fragilidade no nível de saúde do integrante da terceira idade. Alguns aspectos podem ser observados a seguir:
Diminuição
Conseqüência
Do número de células musculares
Os músculos diminuem de tamanho
Do tamanho das células musculares
Diminui a força muscular
Do fluxo sangüíneo para o músculo
Diminui a resistência muscular
Da velocidade de contração muscular
Alteração no controle e rapidez dos movimentos
Da elasticidade muscular
Falta de equilíbrio
Do conteúdo de água e gordura no músculo
Falta de flexibilidade
Da proteção dos músculos a lesões
Cãibras e dores nos músculos
Da capacidade dos músculos se recomporem
Lesões constantes

O contato com a Medicina fica mais freqüente na terceira idade, devido à própria fragilidade que o corpo adquire neste período da vida. Não é raro começar a se preocupar com a saúde após os 40 anos. Na terceira idade há uma tendência ao acúmulo de doenças crônicas, na sua maioria benignas e fáceis de serem controladas, quando diagnosticadas precocemente. Os acidentes também passam a ser mais preocupantes a partir da terceira idade, pois ficam mais freqüentes. A principal causa são as quedas, com destaque para a fratura de fêmur como grave conseqüência. Cerca de 10% dos idosos que sofreram uma queda, virão a falecer em decorrência dela. Queimaduras, acidentes de trânsito e fraturas, em decorrência da osteoporose, são também mais comuns durante a terceira idade. As doenças e problemas mais comuns em pessoas idosas são: glaucoma, catarata, fraqueza, cansaço, edema nos pés, feridas crônicas nos membros inferiores, diabete melitus, tuberculose da pele, sífilis, dificuldades de urinar, tosse crônica, artrite reumática, problemas cardíacos, derrame, surdez, insônia, cirrose hepática, vesícula e impotência sexual. Os bons hábitos de saúde serão a principal fonte de prevenção para os problemas de saúde que acometem os idosos. Segundo Silvia Zacharias, as dificuldades físicas são caracterizadas por algumas perdas nos aspectos sensoriais, que hoje já podem ser corrigidas e compensadas, bem como por algumas doenças, não propriamente decorrentes da idade, mas em conseqüência de abusos ou ausência de prevenção e hábitos mais saudáveis durante toda a vida.

Características Mentais

A personalidade “compreende características individuais, maneiras de ser, estilo de vida, tudo que se possa resumir numa única pessoa”. Ana Oliveira, pesquisadora da UFU, declara que os estudos ora disponíveis sobre a personalidade e o envelhecimento, demonstram que há uma tendência à estabilidade da personalidade na terceira idade. Segundo ela, “nos idosos que apresentam nível de educação elevado, que se mantêm ativos, com responsabilidades, com plena aptidão funcional e boa saúde, geralmente não se observam grandes alterações da personalidade”. Porém, “o indivíduo que não conseguiu uma situação estável na sua juventude e na idade adulta, sente-se irrealizado e infeliz. Suas aspirações não foram satisfeitas e ele corre o risco de ter problemas psicológicos agora”.
O primeiro estudo da personalidade dos idosos identificou cinco tipos diferentes:


Grupo

Tipo
Características
Adaptaram-se ao
envelhecimento

Construtivo
Bem integrado, respeitado, estável, que desfruta daquilo que a vida lhe proporciona
Dependente
É passivo, voluntariamente desengajado e satisfeito, senhor da cadeira de balanço, pois enfim pode descansar
Defensivo
Ativo, rígido, disciplinado, individualista, se dedica a muitas atividades por não conseguir ficar parado
Não se adaptaram ao
envelhecimento

Colérico

Culpa o mundo e as pessoas pelos seus insucessos pessoais, tem pouca ambição quanto ao futuro, vida social instável e padrões econômicos precários, luta contra as manifestações do envelhecimento
Pessimista

Apresenta constante decréscimo de nível sócio-econômico e sem história de vida, odeia a si mesmo, é deprimido, isolado e geralmente exagera sua falta de capacitação física e psicológica, se fazendo de vítima. Aceita a triste velhice, mas tem a morte como a sua libertação desta existência insatisfatória


A depressão é um problema de saúde de grande importância na terceira idade, principalmente porque o suicídio, uma das mais sérias conseqüências da depressão, está entre as 10 causas de mortes de idosos. A solidão, a inatividade, as perdas de entes queridos estão entre as principais causas de depressão na terceira idade. Um exame clínico completo, associado à avaliação psiquiátrica e neurológica são indispensáveis àqueles que começam a apresentar os primeiros sinais de um quadro depressivo. Já entre as manifestações neuróticas na terceira idade, algumas das principais são a ansiedade, o nervosismo e as fobias. São geralmente transtornos mentais transitórios, e são apontados como uma das principais causas que levam à aposentadoria por invalidez. A melhor maneira de continuar ativo e feliz ao chegar à terceira idade é continuar, ou iniciar, um programa regular de atividades físicas, mentais e sociais, que não permitam ao idoso ficar isolado do mundo que o cerca. Segundo Granato, até meados deste século [XX], ao chegar aos 40 anos, um brasileiro tinha a probabilidade de viver, no máximo, mais oito anos. Estava quase no fim da vida, portanto, sem tempo para estudar, comprar bens duráveis ou fazer novos planos. Hoje, aos 40 anos, um brasileiro está apenas na metade da vida. Estatisticamente, vai viver pelo menos mais 30 anos.

Características Espirituais

A terceira idade está marcada por uma certeza que, para muitos, parece assustadora: em breve a morte os encontrará. Muitos passam a não assimilar esta dura realidade da vida mortal, e começam a rejeitar o pensamento de que um dia morrerão, ou caem num estado depressivo tal que os isola do convívio familiar e social, levando-os a um aceleramento do processo de envelhecimento.
Porém, a terceira idade também é marcada por uma busca maior por religião, como a solução para os dilemas que passam a surgir na mente do idoso. A religião passa a ser uma fonte de autoestima e convívio social, que os ajuda a enfrentar com alegria e confiança esta etapa final da vida. Uma pesquisa realizada com americanos em idades que variaram de 55 a 80 anos, demonstrou que 58% das mulheres e 32% dos homens nesta faixa etária viam na religião um apoio seguro para lidar com os piores eventos da vida. “O apoio social, a percepção de uma medida de controle baseado numa vida de oração, e fé em Deus” são meios relatados pelos idosos pesquisados para vencerem os infortúnios. Outras pesquisas nesta área da religiosidade na vida do idoso, realizadas também nos Estados Unidos, mostram que quanto mais ativo ele se mantém na religião, mais satisfeito estará com a própria vida. Os envolvidos com uma “religião organizada” tendem a ter uma auto-estima mais alta, considerando-se que esses idosos altamente envolvidos em atividades espirituais passam a ter uma sensação bem mais forte de controle sobre a vida e esperança no futuro. Porém, alguns afirmam que a religiosidade tem forte poder sobre a auto-estima apenas daqueles idosos que não tiveram uma educação bem estruturada e consistente, ou seja, os que chegaram a níveis mais altos de educação e estudo não utilizam-se tão freqüentemente da religião como meio de fortalecer sua auto-estima. Aparentemente, a resposta está no fato de que os que alcançaram mais educação acadêmica encontram em suas realizações pessoais e profissionais uma outra forma de superar a depressão e olhar a vida como frutífera e feliz. Uma vez que as pessoas tendem a pensar mais sobre a morte como o fim inevitável de todos os seres vivos, a velhice passa a ser o momento em que este pensamento aflora mais fortemente, levando a uma profunda introspecção sobre o real sentido da vida e o que vem após ela. A religião, então, constitui uma forte ajuda a superar esta crise com esperança e confiança num Deus que cria e restaura.

Características Psicossociais

Para Erik Erikson, esta etapa da vida está marcada pela oitava e última idade do desenvolvimento psicossocial do ser humano: a integridade do ego ou o desespero. Nesta fase, os adultos mais velhos (segundo Erikson, a partir dos 60 anos) precisam avaliar suas vidas, resumi-las e aceitá-las, para aceitar a aproximação com a morte. Aqueles que, ao fazerem esta análise, não encontram grandes motivos para orgulho pessoal e satisfação, tenderão ao desespero, por verem que o tempo já passou e não há mais condições de engajarem-se em novos projetos e metas. O tempo passou, a morte está chegando, e nada mais de duradouro poderá ser iniciado. Erikson argumenta que a pessoa não deve chegar a esta fase com o tormento de que “deveria ter feito” mais ou “poderia ter sido” melhor.
A certeza de que viveu uma vida produtiva trará uma maior aceitação da hora da morte, que se avizinha. Todavia, Erikson defende que um pouco de desespero quanto à vida que se está acabando é inevitável. Ele diz que as pessoas precisam “lamentar” – não apenas pelos próprios infortúnios e chances pessoais perdidas, mas lamentar também pela “vulnerabilidade e transição da vida humana”. Um outro estudioso desta etapa do desenvolvimento psicossocial, Robert Peck, citado por Papalia e Olds, expande a teoria de Erikson, e descreve três ajustes psicológicos importantes para a fase final da vida:
1. Definições mais amplas do ego contra uma preocupação com papéis de trabalho – São aqueles que definiram suas vidas pelo trabalho, direcionando seu tempo à conquista de méritos profissionais pessoais;
2. Superioridade do corpo contra preocupação com o corpo – Aqueles para quem o bem-estar
físico é primordial à existência feliz poderão ficar mergulhados no desespero ao enfrentarem a
diminuição progressiva da saúde, com a chegada da terceira idade, e o surgimento das dores e
limitações físicas. Peck afirma que ao longo da vida, as pessoas precisam cultivar faculdades mentais e sociais que cresçam com a idade;
3. Superioridade do ego contra uma preocupação com o ego – Provavelmente o mais duro e mais importante ajuste para o idoso seja a preocupação com a morte próxima. O reconhecimento do significado duradouro de tudo que fizeram ajudará a superar a preocupação com o ego, e continuarem a contribuir para o bem-estar próprio e dos outros. A vida deve encaminhar-se de tal forma que as preocupações com trabalho, bem-estar físico e mera existência não suplantem a mais importante reflexão que todos devem ter antes de chegar à velhice: entender-se a si mesmo e dar um propósito à vida. Só assim, a velhice chegará sem traumas e será um período de orgulho das realizações e livre de frustrações, medos e desespero.

OS DRAMAS DA VELHICE

Após analisar as diversas característica das pessoas na terceira idade, pode-se traçar alguns parâmetros para o entendimento desta fase da vida, e compreender os dilemas pelos quais o idoso passa, e como ajudá-lo a superá-los.

Um Tempo de Perdas

Ao longo da vida, a pessoa perde muito em diversos aspectos. Na velhice, ao olhar-se para trás, vê-se que muito foi deixado ao longo do caminho: pessoas queridas que morreram, a saúde e o vigor da juventude, as oportunidades de crescimento intelectual e profissional, etc.
Por isso, a velhice é um momento onde se reflete bastante sobre o que se perdeu, e se valeu a pena ter passado por tudo isso.
Brevemente, a grande perda pela qual passam todos os seres vivos estará chegando: a da própria vida. Isso, como visto no capítulo anterior, tende a trazer depressão e ansiedade naqueles que não se prepararam para esta fase, ou que ao chegar nela vêem que não fizeram muito, e que não poderão mais fazê-lo.
Segundo Cícero, em seu trabalho Senectute, há quatro razões principais por que a velhice é
considerada uma fase infeliz da vida humana:
1. Afasta o homem de suas atividades normais;
2. É encarada como algo indesejável porque diminui o vigor físico do homem;
3. A velhice é ruim porque priva o homem de quase todos os prazeres da vida; e
4. A terceira idade está apenas a um passo da morte.
Com relação ao temor pela brevidade da morte, Cícero argumenta:
Desde a mocidade devemos exercitar-nos no sentido de não nos preocuparmos com a morte, pois o indivíduo que não se treina nesse particular nunca terá paz de espírito. Porque todos nós devemos morrer, e até onde sabemos, nossa morte pode ocorrer hoje mesmo. A cada minuto de todas as horas a morte nos rodeia; se vivermos apavorados com a morte, como poderemos manter nossa sanidade?
O que disse Cícero, aos 61 anos de idade, não é a regra geral que se verifica entre os mais idosos. “Muitas pessoas ao atingirem a velhice sofrem traumas bastante sérios que podem levá-las a atitudes de desespero e de desatino”.
O processo de perda dos entes queridos, seja por falecimento ou porque eles também estão envelhecendo, e conseqüentemente também estão adquirindo limitações físicas e mentais, tende a conduzir o idoso a um estado de solidão, que vai ser enfrentado de modo diferente, “dependendo dos ajustamentos prévios e das várias circunstâncias de cada indivíduo”.
Para Havighurst, uma das importantes tarefas evolutivas da velhice é o ajustamento à perda do cônjuge, em face de sua morte. Algum dia o casal irá separar-se, e a morte do cônjuge representa um grave problema para a pessoa na velhice, pois vai significar uma radical mudança em muitas áreas essenciais da vida. Freqüentemente, “a capacidade de sobrevivência do cônjuge que fica é bastante reduzida. Muitos morrem logo depois de perderem seu cônjuge”.
Também falando sobre o tema de perdas na velhice, Marta L. Méndez propõe quatro “lutos”
básicos da velhice:
1.O luto pelo corpo potente – consciência do declínio físico.
2. O luto pelo papel paternal – alguns impedimentos físicos, psíquicos ou sociais passam a se colocar diante do papel paternal, bem como quando o idoso passa do papel de “pai” para “avô”.
3. O luto pelo papel social – devido à aposentadoria.
4. O luto pela perda de relações objetais significativas – por exemplo, perdas de amigos, familiares ou viuvez.

Relacionamentos Sociais do Idoso

Na cultura Oriental, o idoso é, via de regra, visto como que dotado de sabedoria invejável e depositário de ensinamentos vitais à continuação da vida. Menciona-se que Confúncio teria dito que “apenas depois dos sessenta anos uma pessoa pode ser suficientemente sábia para estudar os livros da sabedoria antiga”. Porém, na sociedade Ocidental hodierna, tem-se a tendência de “negar o sofrimento como um caminho para a integridade. Também negamos a idade”. Os idosos, aqui, são vistos como “objetos de pena, em vez de guias e mestres”.
Sabendo disso, de que a sociedade moderna já não mais vê o idoso como alguém dotado de sabedoria, mas, sim, como um ser “inútil”, digno de pena, pode-se compreender o quanto os relacionamentos sociais na fase da velhice tendem a ser mais resumidos e seletivos.
Segundo Rosa, “os padrões das relações familiares começam a mudar lentamente com o passar dos anos. Essas mudanças se acentuam na velhice, principalmente depois da aposentadoria”.
Dentre os ajustamentos necessários, no contexto das relações familiares, um que tende a trazer algum tipo de transtorno, quando não trabalhado corretamente é a relação conjugal.
Os filhos já saíram de casa, a aposentadoria chegou, as atividades sociais (festas, recepções, reuniões) tendem a diminuir, e os dois, marido e esposa, têm mais tempo para ficarem juntos. Se as relações entre os esposos são boas, esse lazer representará um elemento agradável para ambos. No caso, porém, de relações matrimoniais insatisfatórias, o fato de disporem de tanto tempo para passarem juntos tende a aumentar as tensões entre marido e mulher, criando muitas vezes um clima de tédio, irritação freqüente ou apatia. Os demais relacionamentos sociais (igreja, vizinhos, ex-companheiros de trabalho, etc.) também tendem a se afinarem devido a essa maior quantidade de tempo livre para dedicar-se a algo.
Os idosos que continuam, ou procuram iniciar, uma vida social ativa e produtiva não vão ser vítimas fáceis para as neuroses comuns a esta fase, como por exemplo a depressão, abordada nocapítulo anterior.
Para o geriatra Clineu Almada, da Universidade Federal de São Paulo, “cerca de metade das doenças da velhice é ligada à desordem afetiva e aos desequilíbrios emocionais”, o que mostra que mesmo os problemas de saúde podem ser mais facilmente resolvidos com uma maior integração dos idosos na sociedade, sem isolá-los do convívio social.

A Velhice nos Escritos de Ellen White

Ellen White também escreveu sobre os aspectos característicos da velhice. Em especial, serão
apresentadas algumas declarações do livro Mente, caráter e personalidade, relacionadas aos temas abordados no presente trabalho:
Se animados [os velhos] a partilhar dos interesses e ocupações domésticos, isto os ajudará a sentir que não deixaram de ser úteis. Fazei-os sentir que seu auxílio é apreciado, que há ainda alguma coisa para fazerem em servir a outros, e isto lhes dará ânimo ao coração, ao mesmo tempo que comunicará interesse a sua vida.

2 comentários:

  1. Olá estou fazendo minha tcc sobre o envelhecer, sua postagem referente a este assunto tem contribuido muito para o meu trabalho ainda estou começando, mas desde já quero te agradecer é muito fofo tudo que vc postou. Caso vc tenha mais alguma coisa e puder me enviar ficarei muito agradecida, Ah o título da minha tcc é O envelhecer com base na teoria cognitivo comportamental bjs..meu email é sirlene-almeida@live.com

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