Pedagogia do Oprimido
Para Paulo Freire, vivemos em uma sociedade dividida em
classes, sendo que os privilégios de uns, impedem que a maioria, usufrua dos
bens produzidos e, coloca como um desses bens produzidos e necessários para
concretizar o vocação humana de ser mais, a educação, da qual é
excluída grande parte da população do Terceiro Mundo. Refere-se então a dois
tipos de pedagogia: a pedagogia dos dominantes, onde a educação existe
como prática da dominação, e a pedagogia do oprimido, que precisa ser
realizada, na qual a educação surgiria como prática da liberdade.
O movimento para a liberdade, deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a
pedagogia decorrente será " aquela que tem que ser forjada com ele e
não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação
de sua humanidade". Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha
consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa
realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização.
A pedagogia do dominante é fundamentada em uma concepção bancária de educação,
(predomina o discurso e a prática, na qual, quem é o sujeito da educação é o
educador, sendo os educandos, como vasilhas a serem enchidas; o educador
deposita "comunicados" que estes, recebem, memorizam e repetem), da
qual deriva uma prática totalmente verbalista, dirigida para a transmissão e
avaliação de conhecimentos abstratos, numa relação vertical, o saber é dado,
fornecido de cima para baixo, e autoritária, pois manda quem sabe.
Dessa maneira, o educando em sua passividade, torna-se um objeto para receber
paternalisticamente a doação do saber do educador, sujeito único de todo o
processo. Esse tipo de educação pressupõe um mundo harmonioso, no qual não há
contradições, daí a conservação da ingenuidade do oprimido, que como tal se
acostuma e acomoda no mundo conhecido (o mundo da opressão)- -e eis aí, a
educação exercida como uma prática da dominação.
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